sábado, 30 de abril de 2016

Dúvida digital

Eu pensei em dizer "oi"
Mas pensei com o juízo
Pensei daí logo depois
Que se penso fico indeciso

Foi aí que fui pensar
Porquê estou pensando?
Pensei então te perguntar
Daí penso:"tô perturbando"

Se o "penso, logo existo"
Faz pensar na existência
Pensei em quem disse isso
Pensou com experiência

Outra noite de pensares
Pensamentos vão e vem
Penso por todos lugares
E de ti só penso o bem.

Boa noite!
Será que não tá dormindo?

terça-feira, 1 de março de 2011

Herdeiros da terra


Há quem defenda ideais sem serventia
Por etnias, credo e pátrias divididas
Se esquecendo que esta terra é uma só
E que o pó é o destino em nossas vidas

Desde piazito: injustiças e lambanças
As vidas mansas daqueles "donos do mundo"
Dos latifúndios satisfazendo a ganância
Sem importância donde tudo é oriundo

Mas um dia o homem há de entender
Que defender pra dividir termina em guerra
Que quem esmera fazer o mundo de herança
Mas que crianças, herdará a nossa Terra?

A água dá vida sem exigências
Dá a existência ao pescador que dela vive
Há quem precise entender este conceito
Tudo é perfeito como tudo se define

Há quem defenda ideais sem serventia
Por etnias, credo e pátrias divididas
Se esquecendo que esta terra é uma só
E que o pó é o destino em nossas vidas

Mas um dia o homem há de entender
Que defender pra dividir termina em guerra
Que quem esmera fazer o mundo de herança
Mas que crianças, herdará a nossa Terra?
      
É que o pó é o destino em nossas vidas...
Dos latifúndios satisfazendo a ganância...
Por etnias, credo e pátrias divididas...
Desde piazito injustiças e lambanças...

Mas um dia o homem há de entender
Que defender pra dividir termina em guerra
Que quem esmera fazer o mundo de herança
Mas que crianças, herdará a nossa Terra?

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Amar-gor do mate


              
Fiz um mate tupetudo
Na cúia da saudade
Mateando solito e mudo
Recordando amizades

O tempo anda embretado
Empurrado pelo mango
O mate ta mais amargo
E os amigos se espalhando

Tenho mateado solito
Deixo até a àgua ferver
É o pensamento maldito
Que me leva sem perceber

Cuia, bomba, erva e água
Dos amigos, só esses quatro
De companheira a mágua
Deste pobre maragato

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

As moças da ACISB




Belas moças tão simpáticas
Que fazem tudo acontecer
De fala mansa e diplomática
Dispostas a tudo resolver

São anjos essas gurias
Guardiãs da associação
Sem elas como seria
As reuniões de direção?

Claro que não são só elas
Também tem bravos guris
Estão sempre ao lado delas
Pra coisa toda existir

É por simples delicadeza
Vem do meu pai essa lição:
“Pras mulheres gentileza
E os homens educação”

Me sinto bem fazendo parte
Dessa associação comercial
Que apóia a indústria, a arte
E todo o ramo empresarial

Vai na ACISB pra ti ver
Instituição diferenciada
E daí tu vai entender
Porque ela foi premiada

Chega lá pra uma visita
Deixa pra lá o que te inibe
Toma um café com a Angelita
E te associa na ACISB

Quando for manda um recado
Que qualquer dia eu apareço
Deixa meu abraço cinchado
Pra demonstrar o meu apreço

Depois me conta o que sentiu
Se não são buena aquela gente
São todos no mesmo feitio
Desde a copeira ao Presidente



*ACISB = Associação Comercial Industrial Serviços e Agropecuária de São Borja

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Razões dos Versos

Letra: Alexandre Saccol e Vantuir Cáceres

Música: Jorge Dornelles


Campeio versos nas planuras do meu tempo

Tal como vento a viajar na imensidão

Rebusco a história da minha terra, minha gente

E o peito sente sem saber qual a razão.


Talvez sejamos instrumentos desses magos

Que andam vagos nos recantos deste chão

Soprando velas como faz o Generoso

E um verso novo brota nessa inspiração


Cada poeta busca as razões de seus versos

Que estão dispersos na sua imaginação

Mas quando ausentes permanecem na lembrança

Deixando herança em poesia e canção


Se manifestam ao silêncio das aguadas

Nas madrugadas no estralar dos tições

Nos “bochinchos” lembro o Jaime Caetano

E Aureliano, com seus versos de galpões


Na paz das águas, a razão desses comícios

Vem Apparício escrever rios e cachoeiras

Iluminando esses encontros de hermanos

Com o “Veterano” Antônio Augusto Ferreira


Cada poeta busca as razões de seus versos

Que estão dispersos na sua imaginação

Mas quando ausentes permanecem na lembrança

Deixando herança em poesia e canção

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Porto Saudade


De: Alexandre Saccol e Vantuir Cáceres



Tenho mil razões para sentir saudade
Da aurora da vida, sonhos e inocência
Ao rever-te sempre a emoção invade
Porto, hoje faço minha reverência

Foste caminho pra prosperidade
Fonte de trabalho para gerações
Encontro de amores e amizades
É palco iluminado para foliões

Até o rio que vem buscar descanso
Encontra em ti a paz que ele quer
Invade ansioso e se torna remanso
Para admirar-te e beijar teus pés

Porto da minha cidade
Que felicidade poder te cantar
Porto da fé e esperança
Me viste criança contigo a brincar

Teu pôr-do-sol é poesia
A noite é magia de brilho e luar
Porto da brisa serena
Da linda morena que aqui vem sambar

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Bóia Campeira



De: Alexandre Mimbacas Saccol

Fui nos fundos do ranchito

Pra pegar umas iguarias

Pra quem muito aprecia

Uma bóia bem campeira

Tem sempre à sua beira

Tudo aquilo que precisa


Apartei pro lado a macega

Tapeando no manotaço

Foi lambendo o fio do aço

Na braçada de manjerona

Pois das ervas temperonas

A que mais deixa seu traço


Da salsa nunca esqueço

Até pra chá eu utilizo

A cebolinha bem picada

Da o toque qu´eu preciso

Pras bóias que idealizo

Tem que ser bem caprichada


Os temperos não são muitos

Pois o que importa é a mão

Pra mim que saí do galpão

Trago a essência fronteiriça

Arroz, charque e hortaliças

São os sabores deste chão


Me gusta um pouco de vinho

Pra botar em carnes nobres

Pega os temperos e cobre

Depois larga “um argentino”

Fica um baita prato fino

Não há quem me discorde


Se hoje sei fazer bóia

Aprendi na lida rude

Desde a minha juventude

Comendo no meio do gado

Agora que ando parado

Faço aquilo que não pude.

sábado, 7 de novembro de 2009

Oração de um Piá


De: Alexandre Mimbacas Saccol
Deus, atenda meu pedido
E traz meu pai de volta
Vai pro campo decidido
Quando o tempo se revolta

Ele tem pena dos bichos
Assustados das trovoadas
Ouço mugidos e relinchos
Mas dele não ouço nada

Minha mãe ta bem doente
E ele ainda não chegou
É só eu e eles de gente
E ele nunca demorou

Não sei se pego o petiço
E levo a mãe no povoado
Parece até um feitiço
Desses que vem do diabo!

Se eu buscar vô Geremias
Preto velho benzedor
Será que ela agüentaria
O sofrimento e a dor?

Se eu chegar aqui de volta
E meu pai eu encontrar
Abraçado nela morta
Nunca vou me perdoar

Ah! Deus, o que faço agora!
Sei que chorar não adianta
O meu pai nunca demora
E é isso que me espanta

Eu não sei rezar direito
Minha mãe é quem fazia
Me encostava no seu peito
E eu assim adormecia

Ó, que eu estou ouvindo?
Será que é meu pai de volta?!
Parece as patas do pingo
Voltando da sua escolta

Meu Deus, é ele, é ele!
De a galope e a correria
Veio junto à garupa dele
As ervas de vô Geremias

Obrigado Pai do céu
Agora que eu fui entender
Porque se derruba o chapéu
Pra poder Te agradecer

Desperta!


De: Alexandre Mimbacas Saccol




O que aprendemos é muito importante
Mas o que ensinamos também o é
Se praticarmos por um instante
O que aprendemos com muita fé

Na vida temos muitos exemplos
Cada um brilhando com a sua luz
Existe um que ultrapassa os tempos
Ele é o nosso Mestre Jesus

Olhem a riqueza que Ele nos deixou
Estão nos livros e na consciência
Mude agora se não te despertou
Basta querer viver essa experiência

Aprenda e ensine tudo que entendeu
Vais perceber que a vida é a escola
Jesus é o professor que Deus te deu
É só começar praticar agora!

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Quem são esses homens?


De: Vantuir Caceres / Alexandre M. Saccol



Quem são esses homens, poetas e cantores?
Amantes dos versos e da boa canção
Amigos, parceiros, de alma teatina
Que buscam nas rimas alguma razão



Quem são esses homens, de corações abertos
Com seus dialetos, seus sonhos e avios?
Que a cada encontro estampam ternura
Com a bênção da lua e o batismo de um rio



A alma de “Angüera” não se muda à repentina
Necessita disciplina e sentimento desprendido
Pra entender o sentido de outras eras
Precisa um tempo de espera pra um dia ser escolhido



Peço ao Céu, sentindo um aperto no peito
Que continue esse feito de alma pura e sincera
Que exista sempre um qüera voltando à Barranca
Com sua maneira franca e espírito de Angüera

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Almas Desgarradas

Há tantos desprovidos de entendimentos divinos

São pobres teatinos que vão e voltam perdidos

São Xirús destemidos com a essência do gaúcho

Marionetes de bruxos que perderam seus sentidos

 

A lida rude do campo torna o homem tapera

Construído por eras fez o corpo bem forjado

E nele estampado suas cicatrizes de guerra

Ficam soltos pela terra como potros desgarrados

 

Pobres almas insistentes peleando suas batalhas

Ajojadas em cangalhas carreteando desatinos

Sentimentos pequeninos que fazem andar no mundo

Vão seguindo moribundos desencontrando destinos

 

Heróis de outrora que ainda clamam liberdade

Que vivem na ansiedade por estarem entre alambrados

Estão presos no passado, são Guerreiros Farrapos

Foram grandes homens guapos e sempre serão lembrados

 

Se hoje existe terra foi conquistada com sangue

Posto o nome de Rio Grande, da pátria o “garrão”

De todos, o redomão de sonhos libertadores

Heranças de peleadores que morreram neste chão.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Vida de campo


Na calmaria do campo retrato o ideal

É grande manancial de sonhos de liberdade

Bem longe da cidade ouvindo o quero-quero

Neste jeito singelo vivo minha mocidade.



Lonjuras que minh’alma não diferencia

Vive na agonia por estar em alambrados

E o corpo judiado dessa lida desigual

Volta ao estado natural ouvindo berro do gado



Cancela sempre aberta pra uma prosa amiga

Me agradam as cantigas aquecidas à tição

Sorvendo a tradição tenteando um “seio moreno”

E o mundo fica pequeno que cabe no coração



Vida de campo dos amigos de gauderiada

Fica a alma remoçada ao final da lida

Com a missão cumprida o trago desce mais liso

Fácil é o sorriso e a fadiga esquecida